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Unknown
junho 04, 2014
Capítulo 3
Dezesseis anos sendo chamado dessa maneira não deixaram dúvidas em Harry de que era seu tio quem falava. Ele, porém, nunca respondia imediatamente. Ainda estava pensando na pequena lembrança, onde por um segundo pensou ter visto o olho de Dumbledore. No momento em que seu tio berrou “GAROTO!”, Harry saiu vagarosamente da cama e se dirigiu para a porta do quarto, parando para colocar o pedaço do espelho quebrado na mochila cheia de coisas que ele levaria consigo.
— Você demorou! — gritou Tio Válter quando Harry apareceu no topo da escadaria. — Venha aqui embaixo agora. Quero falar com você!
Harry desceu as escadas, suas mãos enfiadas nos bolsos da calça. Quando ele olhou na sala de estar lá estavam os três Dursleys. Eles estavam prontos para a partida; Tio Válter em uma velha e surrada jaqueta e Duda, o grande, louro e musculoso primo de Harry, em uma jaqueta de couro.
— Sim? — perguntou Harry.
— Sente-se! — disse Tio Válter. Harry levantou suas sobrancelhas.
— Por favor! — adicionou Tio Válter, se retraindo enquanto a palavra estava afiada em sua garganta.
Harry se sentou. Ele pensou saber o que estava por vir. Seu tio começou a andar pra lá e pra cá. Tia Petúnia e Duda seguiam seus movimentos com expressões ansiosas. Finalmente, enrugou sua grande cara púrpura, em sinal de concentração. Tio Válter parou em frente à Harry e começou a falar.
— Eu mudei de opinião — ele disse.
— Que surpresa — disse Harry.
— Não ouse usar esse tom — começou Tia Petúnia, numa voz aguda, mas Válter Dursley não deu importância.
— Tudo não passa de uma armadilha — disse Tio Válter, olhando fixamente para Harry, com seus pequeninos olhos de porquinho. — Eu decidi que não acredito em uma palavra disso tudo. Vamos ficar por aqui mesmo, não vamos a lugar algum.
Harry olhou para seu tio e sentiu uma mistura de amargura e divertimento. Válter Dursley andou mudando de idéia todos os dias nas últimas quatro semanas, fazendo, desfazendo e refazendo as malas cada vez. O momento favorito de Harry foi aquele em que Tio Válter, sem perceber que Duda havia colocado seus halteres de musculação dentro, tentou colocar a mala no porta-malas do carro, mas caiu, soltando grunhidos de dor e praguejando muito.
— De acordo com o que você diz — Válter Dursley disse, agora parando com suas idas e vindas pela sala — Nós – Petúnia, Duda e eu – estamos em perigo. Perigo de... de...
— Coisas ‘da minha laia’, certo? — disse Harry.
— Bom, eu não acredito — repetiu Tio Válter, parando na frente de Harry novamente. — Eu estive acordado a noite toda pensando, e acredito que seja uma trama para conseguir a casa!
— A casa? — repetiu Harry. — Que casa?
— Essa casa! — gritou Válter, a veia em sua fronte começando a pulsar. — Nossa casa! Os preços das casas estão nas alturas por aqui! Você nos quer fora do caminho, e então você fará essa sua coisa de hocus-pocus e antes de percebermos você colocará a casa em seu nome e...
— Você está fora de si? — perguntou Harry. — Uma trama para pegar esta casa? Você é realmente tão estúpido quanto parece?
— Não se atreva! — gritou Tia Petúnia, mas outra vez, Válter a acalmou: Desfeitas em relação a sua aparência não era nada, comparado ao mal que ele havia percebido.
— Pois caso você tenha esquecido — disse Harry, — Eu já tenho uma casa, que meu padrinho me deixou. Então, por que eu ia querer esta? Por todas as lembranças felizes?
Houve silêncio. Harry pensou ter impressionado seu tio com este argumento.
— Você alega... — disse Tio Valter, começando a andar novamente — que essa coisa de Lorde...
—... Voldemort — disse Harry impacientemente, — e nós falamos sobre isso centenas de vezes. Isso não sou eu que digo, é fato. Dumbledore lhe disse no ano passado, e Kingsley, e o Sr. Weasley...
Válter Dursley arqueou seus cotovelos com raiva e Harry achou que seu tio estava tentando proteger-se das lembranças das visitas não-anunciadas de dois bruxos bastante crescidos, durante as férias de verão de Harry. A chegada de Kingsley Schakelbot e Arthur Weasley veio como o mais desagradável choque para os Dursleys. Harry teve que admitir que o Sr. Weasley havia uma vez demolido metade da sala de estar, então seu retorno não poderia ser esperado como um prazer para Tio Válter.
— Kingsley e o Sr. Weasley explicaram tudo também — Harry disse, sem piedade. — Quando eu fizer dezessete anos, o feitiço de proteção que me mantém a salvo vai se quebrar, e isso deixa vocês expostos tanto quanto eu. A Ordem tem certeza de que Voldemort virá até vocês, para torturá-los e descobrir onde eu estou, ou porque ele pensa que seqüestrando vocês eu tentaria resgatá-los.
Os olhos de Tio Válter encontraram os de Harry. Harry teve certeza de que nesse instante eles estavam imaginando a mesma coisa. Então Harry continuou:
— Você tem que se esconder e a Ordem quer ajudar. Eles ofereceram proteção séria, a melhor que existe!
Tio Válter não disse nada, mas continuou a caminhar pra cima e pra baixo. Lá fora o sol se abaixou sobre os telhados. O cortador de grama do vizinho estalou novamente.
— Eu pensei que houvesse um Ministério da Magia? — perguntou Valter abruptamente.
— Há. — disse Harry, surpreso.
— Então, por que eles não podem nos proteger? Parece-me que nós, vítimas inocentes, culpados de nada além de acolher um homem marcado, devemos nos qualificar para proteção governamental!
Harry riu, ele não podia se segurar. Era tão típico de seu tio colocar as esperanças em algum órgão governamental, mesmo dentro desse mundo que ele não gostava nem confiava.
— Você ouviu o que o Sr. Weasley e Kingsley disseram — Harry respondeu. — Nós achamos que o ministério foi infiltrado!
Tio Válter caminhou até a lareira e voltou, respirando tão pausadamente que seu bigode preto ondulava sua face ainda púrpura de concentração.
— Tudo bem — ele disse, parando em frente à Harry outra vez. — Tudo bem, vamos dizer, que em razão dos argumentos, aceitemos essa proteção. Eu ainda não entendo por que não podemos ter aquele Kingsley!
Harry tentou com dificuldade não revirar os olhos. Esse assunto também já havia sido discutido uma dúzia de vezes.
— Como eu falei... —, ele disse entre dentes cerrados, — Kingsley está protegendo o trou... Quero dizer, o seu Primeiro Ministro.
— Exato... Ele é o melhor! — disse Tio Válter, apontando para a tela de TV vazia. Os Dursleys haviam visto Kingsley no noticiário, caminhando discretamente junto ao Primeiro Ministro dos Trouxas enquanto este visitava um hospital. Isto, e o fato de que Kingsley havia se tornado mestre em se vestir como um trouxa, sem mencionar certa entonação em sua profunda voz, fez com que os Dursley tratassem Kingsley como sem dúvida jamais trataram qualquer bruxo, mesmo que seja verdade que eles nunca o viram com seu brinco.
— Bom, ele está ocupado. — disse Harry. — Mas Héstia Jones e Dédalo Diggle são ótimos pro trabalho...
— Se ao menos tivéssemos visto CV’s.... — começou Tio Válter, mas Harry perdera a paciência. Levantando-se, ele avançou contra o tio, agora apontando para a TV ele mesmo.
— Aqueles acidentes não foram bem acidentes — as batidas e explosões e descarrilamentos e tudo mais que vêm aparecendo nas notícias. Pessoas estão desaparecendo e morrendo e ele está por trás disto! Voldemort! Eu venho falando e falando isso, ele mata trouxas por diversão! Mesmo as neblinas, que são causadas por dementadores – e se você não lembra o que eles são, pergunte ao seu filho!
As mãos de Duda rapidamente se moveram para proteger sua boca. Com o olhar de Harry e de seus pais sobre si, ele calmamente as abaixou e perguntou — Existem... Mais deles?
— Mais? — riu Harry. — Você quer dizer mais do que aqueles dois que nos atacaram? Mas é claro! Existem centenas, talvez milhares agora, levando-se em conta como eles espalham o medo e o desespero...
— Tudo bem, tudo bem. — interrompeu Valter Dursley. — Você tem razão...
— Eu espero que sim, — disse Harry. — Porque assim que eu fizer dezessete anos, todos eles, Comensais da Morte, Dementadores, talvez até os Inferi – que significa corpos mortos encantados por um bruxo das trevas — estarão livres para encontrar você e certamente vão te atacar. E se você se lembra a última vez que tentou ganhar de um bruxo, eu acho que você concordaria que precisa de ajuda.
Houve um breve silêncio no qual na distante lembrança de Hagrid esmagando uma porta de madeira pareceu atravessar os anos. Tia Petúnia estava olhando para Válter, Duda estava fitando Harry. Finalmente Tio Válter disse:
— Mas e quanto a meu trabalho? E quanto à escola de Duda? Eu não acho que essas coisas importem para um punhado de bruxos vagabundos...
— Você não entende? — disse Harry. — Eles irão te torturar e matar como fizeram aos meus pais!
— Pai, — disse Duda em voz alta. — Pai... Eu vou com essas pessoas da Ordem...
— Duda, — disse Harry — pela primeira vez na sua vida, você está sendo racional...
Ele sabia que a batalha estava vencida. Se Duda estava amedrontado o suficiente para aceitar ajuda da Ordem, seus pais o acompanhariam. Não haveria questionamentos sobre serem separados das suas coisas. Harry checou o relógio de parede.
— Eles estarão aqui em cerca de cinco minutos, — ele disse, e quando nenhum dos Dursley respondeu, ele deixou a sala. A visão de se separar — provavelmente pra sempre — de sua tia, tio e primo era algo que ele podia contemplar alegremente, mas certamente havia algo estranho no ar. O que você diz a alguém após dezesseis anos de desgosto sólido?
De volta ao seu quarto, Harry tateou sem rumo com sua mochila, depois despejou algumas sementes para coruja aos arredores da gaiola de Edwiges. Elas caíram na parte de baixo, onde ela os ignorou.
— Nós vamos sair logo, — Harry disse a ela. — E então você poderá voar novamente.
A campainha tocou. Harry hesitou, então saiu de seu quarto e desceu as escadas. Era demais esperar que Héstia e Dédalo enfrentassem os Dursley sozinhos.
— Harry Potter! — gritou uma voz excitada, no momento em que Harry abriu a porta. Um pequeno homem de cartola estava lhe fazendo uma profunda reverência.
— Uma honra, como sempre!
— Obrigado, Dédalo, — disse Harry, dirigindo um pequeno e embaraçado sorriso à Héstia, com seus cabelos negros. — É muito legal de sua parte fazer isso... Eles estão por aqui... Minha tia, meu tio e meu primo...
— Bom dia pra vocês, parentes do Harry Potter, — disse Dédalo, alegremente, adentrando a sala de estar. Os Dursley não pareceram felizes pelo parentesco; metade de Harry esperava outra mudança de opinião. Duda encolheu-se para perto de sua mãe, que estava ao lado dos bruxos.
— Eu vejo que vocês estão prontos. Excelente! O plano, como Harry explicou, é bem simples — disse Dédalo, puxando um imenso relógio de bolso fora de seu casaco e o examinando — Nós devemos partir antes de Harry. Devido ao perigo em usar mágica em sua casa – Harry ainda é menor de idade, poderia dar ao Ministério uma desculpa pra prendê-lo – nós devemos dirigir umas dez milhas ou mais, antes de desaparatar para um local seguro que nós escolhemos pra vocês. Você sabe dirigir, eu presumo?— ele perguntou ao Tio Válter, polidamente.
— Se eu sei...? É claro que eu sei dirigir! — disse Tio Válter.
— Muito bom da sua parte, senhor, muito bom. Eu pessoalmente ficaria confuso com todos aqueles botões e alavancas. — disse Dédalo. Ele estava com a impressão de que estava lisonjeando Tio Válter, e este estava visivelmente perdendo a confiança no plano a cada palavra que Dédalo dizia.
— Não sabe nem ao menos dirigir, — ele sussurrou seu bigode ondulando indignadamente, mas felizmente nem Dédalo ou Héstia o escutaram.
— Você, Harry — Dédalo continuou, — Você espera aqui por sua guarda. Houve uma pequena mudança nos planos —
— O que você quer dizer? —disse Harry na hora. — Eu pensei que Olho-Tonto viria e me levaria por Aparatação?
— Não vai dar, — disse Héstia, — Olho-Tonto explicará!
Os Dursley, que estavam ouvindo tudo isso com olhares de preocupada incompreensão em suas faces, se assustaram quando uma voz alta gritou "Apressem-se!" Harry olhou na sala inteira antes de perceber que a voz vira do relógio de bolso de Dédalo.
— Bem certo, nós estamos com um horário bem apertado. — disse Dédalo, olhando em seu relógio e o colocando de volta em seu casaco. — Nós estamos tentando temporizar sua saída da casa com a desaparatação de sua família, Harry, além do que, o encanto se quebra no momento em que todos estiverem indo para locais seguros. — Ele se virou para os Dursley. — Então, todos prontos pra ir?
Ninguém respondeu. Tio Válter ainda estava fitando, pálido, o volume no bolso do casaco de Dédalo.
— Talvez nós devêssemos esperar no Hall, Dédalo. — murmurou Héstia. Ela claramente sentiu que seria falta de tato da parte deles ficar na sala enquanto Harry e os Dursley trocavam amorosos e possivelmente chorosos “adeus”.
— Não há necessidade. — Harry disse, mas Tio Válter fez de qualquer explicação desnecessária dizendo alto:
— Bom, então isto é um adeus, garoto!
Ele levou seu braço direito à frente para apertar a mão de Harry, mas no momento final pareceu incapaz de fazê-lo, e meramente fechou seu punho e começou a balançá-lo pra frente e pra trás como um metrônomo.
— Pronto Dudinha? — perguntou Tia Petúnia, evitando olhar pra Harry. Duda não respondeu, mas permaneceu no lugar com sua boca meio aberta, lembrando a Harry um pouco do gigante Grope.
— Venha então. — disse Tio Válter.
Ele já havia chegado à porta da sala de estar quando Duda murmurou.
— Eu não entendo...
— O que você não entende, querido? — perguntou Tia Petúnia.
Duda apontou para Harry sua mão grande e parecida com um presunto
— Por que ele não está vindo com a gente?
Tio Válter e Tia Petúnia pararam onde estavam, fitando Duda como se ele tivesse dito que queria se tornar uma bailarina.
— O quê? — Tio Válter disse alto.
— Por que ele não está vindo também? — perguntou Duda.
—Bom, ele... Ele não quer! — disse Tio Válter, virando parar olhar Harry e adicionando, — Você não quer, quer?
— Nem um pouco. — disse Harry.
— Viu? — Tio Valter disse a Duda, — Agora venha, estamos indo!
Ele atravessou a sala. Eles ouviram a porta da frente abrir, mas Duda não se moveu após alguns pequenos passos. Petúnia parou também.
— O que foi agora? — rosnou tio Válter, reaparecendo na porta.
Parecia que Duda estava lutando com concepções muito difíceis para colocar em palavras. Após vários momentos de uma luta interna aparentemente dolorosa, ele disse.
— Mas pra onde ele está indo?
Tia Petúnia e Tio Válter olharam um pro outro. Estava claro que Duda os estava assustando. Héstia Jones quebrou o silêncio.
— Mas... Você com certeza sabe pra onde seu sobrinho está indo? – ela perguntou, parecendo confusa.
— Claro que sabemos. — disse Válter. — Ele está saindo com gente da sua laia, não está? Certo, Duda, vamos indo pro carro, você ouviu o homem, estamos com pressa.
Outra vez, Válter Dursley marchou o mais longe que pôde da porta da frente, mas Duda não o seguiu.
— Saindo com gente da nossa laia? — Héstia parecia ofendida. Harry já vira essa atitude antes. Bruxos e bruxas pareciam chocados com o fato de que os parentes mais próximos dele tinham pouco interesse no famoso Harry Potter.
— Está tudo bem, — Harry disse a ela — Não importa, mesmo!
— Não importa? — repetiu Héstia, sua voz aumentando gradativamente. — Essas pessoas não têm idéia do que você passou? Do perigo que você corre? A posição única em que você se encontra nos corações do movimento Anti-Voldemort?
— Er... Não. — disse Harry. — Eles acham que eu sou uma perda de espaço, mas eu estou acostumado...
— Eu não acho que você seja uma perda de espaço!
Se Harry não tivesse visto os lábios de Duda mexerem, ele não teria acreditado. Ele fitou Duda por bastante tempo antes de aceitar que fora seu primo que havia dito aquilo. Duda estava vermelho. Harry estava embaraçado e chocado.
— Bem... Er... Obrigado, Duda!
Outra vez Duda pareceu lutar contra seus pensamentos fortemente antes de dizer:
— Você salvou minha vida!
— Na verdade não. — disse Harry. — Era a sua alma que o dementador iria pegar...
Ele olhou curiosamente para seu primo. Eles não tiveram basicamente nenhum contato no último verão, ou depois, pois Harry voltou para a Rua dos Alfeneiros recentemente e ficou praticamente o tempo todo em seu quarto. Agora pareceu a Harry, em contrapartida, de que o copo de chá gelado em que ele encontrara não tinha sido uma brincadeira afinal... Apesar de meio tocado, ele estava aliviado de que Duda parecia ter acabado com sua habilidade de expressar seus sentimentos. Após abrir a boca uma ou duas vezes mais, Duda se rendeu a um silêncio escarlate.
Tia Petúnia caiu em lágrimas. Héstia Jones deu a ela um olhar aprovador que mudou para neutralidade quando Tia Petúnia correu e abraçou Duda ao invés de Harry.
— T-Tão... Doce... Dudinha... — ela suspirou em seu peito compacto. — Um...G-Garoto... T-Tão... Amável... d..dizendo... Obrigado...
— Mas ele não disse obrigado! — disse Héstia Jones indignada. — Ele apenas falou que não achava que Harry era um desperdício de espaço!
— Sim, mas vindo de Duda isso é quase um 'Eu te amo’. — disse Harry, dividido entre preocupação e uma vontade de rir enquanto Tia Petúnia se agarrava em Duda como se este tivesse acabado de salvar Harry de um prédio em chamas.
— Nós estamos indo ou não? — rosnou Tio Válter, reaparecendo outra vez na porta da sala de estar. — Eu pensei que tivéssemos um horário apertado!
— Sim, sim nós temos... — disse Dédalo, que estava assistindo a essas trocas com um ar de incredulidade e agora parecia se recompor. — Nós realmente precisamos partir… Harry...
Ele avançou e pegou na mão de Harry com ambas as mãos.
—... Boa sorte! Espero nos encontrarmos novamente! As esperanças do Mundo Bruxo estão sobre seus ombros!
— Ah... — disse Harry, —... certo! Obrigado.
— Adeus, Harry! — disse Héstia também apertando sua mão. – Nossos pensamentos vão com você.
— Espero que tudo dê certo. — disse Harry dando uma olhadela para Tia Petúnia e Duda.
— Tenho certeza de que tudo isso acabará bem! — disse Diggle, balançando seu chapéu ao deixar a sala. Héstia o seguiu. Duda gentilmente se desvencilhou das garras de sua mãe e caminhou até Harry que teve que reprimir um desejo de ameaçá-lo com magia. Então Duda estendeu sua grande e rosada mão.
— Caraca, Duda —, disse Harry sob o olhar de censura de Tia Petúnia. — Os dementadores colocaram uma nova personalidade em você?
— Não sei —, murmurou Duda. — Te vejo por aí, Harry!
— Sim... — disse Harry, apertando a mão de Duda e a balançando. — Talvez. Se cuida, Grande D!
Duda quase sorriu, então saiu da sala. Harry ouviu seus passos pesados saindo, e então uma porta de carro bateu. Tia Petúnia, cuja face estava enterrada em seu lenço, olhou em volta com o som. Ela não esperava ter ficado sozinha com Harry. Nojentamente guardando seu lenço em seu bolso, ela disse:
— Bem... Adeus. — E caminhou até a porta sem olhar pra ele.
— Adeus. — disse Harry.
Ela parou e olhou pra trás. Por um momento, Harry teve o sentimento estranho de que ela queria dizer algo a ele. Ela lhe deu um estranho e trêmulo olhar e pareceu interromper-se antes de dizer, mas então, com um pequeno aceno de cabeça, ela saiu à sala atrás de seu marido e de seu filho.