Posted by : Unknown junho 05, 2014

Capítulo 4


Por volta do meio-dia do dia seguinte, o malão de Harry estava pronto com o seu material escolar e seus pertences mais preciosos — a Capa da Invisibilidade que ele herdara do pai, a vassoura que ganhara de Sirius, o mapa encantado de Hogwarts, presente de Fred e Jorge Weasley no ano anterior.
Ele retirara toda a comida do esconderijo sob a tábua solta, verificara duas vezes cada cantinho de seu quarto para ver se esquecera livros de feitiços ou penas, baixara da parede o calendário em que fizera a contagem regressiva para o dia primeiro de setembro, riscando cada dia que passava até a volta a Hogwarts.
A atmosfera no nº 4 da Rua dos Alfeneiros estava extremamente tensa. A chegada iminente à casa de um grupo variado de bruxos estava deixando os Dursley nervosos e irritadiços. Tio Válter parecera decididamente assustado quando Harry informou-o de que os Weasley chegariam às cinco horas do dia seguinte.
— Espero que você tenha avisado para se vestirem direito, a essas pessoas — rosnou o tio na mesma hora. — Já vi o tipo de coisa que gente da sua laia usa. É melhor terem a decência de vestir roupas normais, é só.
Harry sentiu uma ligeira apreensão. Raramente vira o casal Weasley usar alguma coisa que os Dursley pudessem chamar de "normal". Os filhos até usavam roupas de trouxas durante as férias, mas o Sr. e a Sra. Weasley, em geral, usavam vestes longas e surradas em vários graus. Harry não se incomodava com o que os vizinhos pudessem pensar, mas estava aflito com as grosserias que os Dursley pudessem fazer aos Weasley se eles realmente correspondessem à péssima idéia que os tios faziam dos bruxos.
Tio Válter vestira o melhor terno. Para alguns isto poderia parecer um gesto de boas-vindas, mas Harry sabia que era porque o tio queria impressionar e intimidar. Duda, por outro lado, parecia encolhido.
Não era porque a dieta afinal estivesse produzindo efeito, mas por medo. O garoto saíra do último encontro com um bruxo adulto levando um rabo de porco, enroscado, que saía pelo fundilho das calças e tia Petúnia e tio Válter precisaram pagar um hospital particular em Londres para remover o tal rabo.
Portanto, não surpreendia que Duda não parasse de passar a mão, nervosamente, pelo bumbum, e andasse de lado quando ia de um cômodo a outro, para não oferecer o mesmo alvo ao inimigo.
O almoço foi uma refeição quase silenciosa. Duda sequer protestou contra a comida (queijo branco e aipo ralado). Tia Petúnia não comeu nadinha. Manteve os braços cruzados, os lábios contraídos e parecia estar mastigando a língua, como se refreasse o discurso violento e injurioso que queria fazer para Harry.
— Eles virão de carro, naturalmente? — vociferou tio Válter por cima da mesa.
— Hum — fez Harry.
Ele não pensara nisso. Como é que os Weasley viriam apanhá-lo? Não tinham mais carro; o velho Ford Anglia, que outrora possuíam, atualmente andava rodando pela Floresta Proibida de Hogwarts. Mas, no ano anterior, o Sr. Weasley tomara emprestado o carro do Ministério da Magia; será que faria o mesmo hoje?
— Acho que sim — respondeu Harry.
Tio Válter bufou para dentro dos bigodes. Normalmente, ele teria perguntado qual era a marca do carro do Sr. Weasley; tinha uma tendência a julgar outros homens pelo tamanho e o luxo de seus carros.
Mas o garoto duvidava que o tio tivesse simpatizado com o Sr. Weasley mesmo que o bruxo dirigisse uma Ferrari.
Harry passou a maior parte da tarde em seu quarto; não suportava ver tia Petúnia espiar entre as cortinas a todo instante, como se tivesse havido um alerta de que existia um rinoceronte à solta.
Finalmente, as quinze para as cinco, Harry voltou ao térreo e entrou na sala de estar. Tia Petúnia ajeitava compulsivamente as almofadas. Tio Válter fingia ler o jornal, mas seus olhinhos miúdos não se mexiam, e Harry teve certeza de que na realidade ele mantinha os ouvidos muito atentos para a chegada de um carro.
Duda se enterrou numa poltrona, sentado em cima das mãos muito gordas, e segurava com firmeza o bumbum. Harry não suportou a tensão: saiu da sala e foi se sentar na escada do hall, os olhos no relógio de pulso e o coração batendo muito forte de tanta excitação e nervosismo.
As cinco horas vieram e se foram. Tio Válter, suando ligeiramente no terno, abriu a porta da frente, espiou para um lado e outro da rua, e recolheu depressa a cabeça.
— Eles estão atrasados! — rosnou para Harry.
— Eu sei — disse Harry. — Talvez... Hum... O trânsito esteja ruim, ou outro problema qualquer.
Cinco e dez... Depois cinco e quinze... Harry estava começando a ficar ansioso também. Às cinco e meia, ele ouviu os tios conversarem em murmúrios tensos na sala de estar.
— Não tem a menor consideração.
— Poderíamos ter outro compromisso.
— Talvez eles pensem que serão convidados para o jantar se chegarem tarde.
— Certamente que não serão — respondeu tio Válter, e Harry o ouviu se levantar e começar a andar pela sala. — Vão pegar o garoto e ir embora, não vão se demorar. Isto é, se é que vão aparecer. Provavelmente se enganaram no dia. Eu diria que gente da laia deles não liga muito para pontualidade. Ou isso ou estão dirigindo uma lata velha que parou de... AAAAAAAARRRRRFEE!
Harry deu um pulo. Do outro lado da porta da sala ele ouviu os três Dursley correrem precipitadamente, cheios de pânico. No momento seguinte, Duda entrou voando pelo hall, aterrorizado.
— Que aconteceu? — perguntou Harry. — Que foi que houve? Mas Duda parecia incapaz de responder. As mãos ainda agarradas às nádegas, saiu desengonçado, e o mais depressa que pôde, em direção à cozinha. Harry correu para a sala de estar.
Ouviam-se fortes batidas e arranhões por trás das tábuas que vedavam a lareira dos Dursley, diante da qual estava ligada uma imitação de fogo a carvão.
— Que é isso? — exclamou tia Petúnia, que recuara de costas para a parede, arregalando os olhos para a lareira, aterrorizada. — Que é isso, Válter?
Mas eles não precisaram gastar nem um segundo pensando. Ouviram-se vozes no interior da lareira fechada.
— Ai! Fred, não... Volte, volte, houve algum engano... Diga Jorge para não... AI! Jorge, não, não há espaço, volte depressa e diga ao Rony...
— Talvez Harry possa ouvir a gente, papai... Talvez possa abrir para a gente passar...
Ouviram-se murros contra as tábuas.
— Harry? Harry, você está ouvindo a gente?
Os Dursley investiram contra Harry como um casal de carcajus furiosos.
— Que é isso? — vociferou tio Válter. — Que é que está acontecendo?
— Eles... Eles tentaram chegar aqui usando Pó de Flu — disse Harry, reprimindo uma vontade louca de rir. — Eles podem viajar entre lareiras, só que vocês tamparam a entrada, esperem um pouco...
Harry se aproximou da lareira e chamou.
— Sr. Weasley? O senhor está me ouvindo?
As pancadas pararam. Alguém do outro lado fez "psiu".
— Sr. Weasley, é o Harry... A lareira está bloqueada. O senhor não vai conseguir passar por aí.
— Droga! — exclamou a voz do Sr. Weasley. — Para que foi que eles inventaram de bloquear a lareira?
— Eles têm um fogo elétrico — explicou Harry.
— Verdade? — ouviu-se a voz excitada do Sr. Weasley. — Eclético, você disse? Com uma tomada? Nossa, eu preciso ver isso... Vamos pensar... Ai, Rony!
A voz de Rony agora se juntava a dos outros.
— Que é que estamos fazendo aqui? Deu alguma coisa errada?
— Não, Rony — ouviu-se a voz de Fred, muito sarcástica. — Era exatamente aqui que queríamos chegar.
— É, e estamos nos divertindo de montão — acrescentou Jorge, cuja voz parecia abafada, como se ele estivesse esmagado contra a parede.
— Meninos, meninos... — disse o Sr. Weasley vagamente. — Estou tentando pensar no que fazer... É... É o jeito... Afaste-se, Harry.
Harry recuou até o sofá. Tio Válter, porém, avançou para a lareira.
— Espere aí! — berrou para a peça. — Que é que você vai fazer exatamente...?
BAM!
O fogo elétrico foi arremessado pela sala, ao mesmo tempo que as tábuas saltavam da lareira, expulsando o Sr. Weasley, Fred, Jorge e Rony em meio a uma nuvem de caliça e fragmentos de madeira.
Tia Petúnia berrou e caiu de costas por cima da mesinha de centro; tio Válter agarrou-a antes que ela batesse no chão e encarou os Weasley, boquiaberto, incapaz de falar, todos de cabelos ruivos, inclusive Fred e Jorge, gêmeos idênticos até a última sarda.
— Agora melhorou — ofegou o Sr. Weasley, espanando a poeira das longas vestes verdes e endireitando os óculos. — Ah... Vocês devem ser a tia e o tio de Harry!
Alto, magro e meio careca, o bruxo caminhou em direção ao tio Válter, a mão estendida, mas o homem recuou vários passos, arrastando tia Petúnia. As palavras lhe fugiram totalmente. Seu melhor terno estava coberto de pó branco, que assentara em seus cabelos e bigodes e dava a impressão de que ele acabara de envelhecer trinta anos.
— Hum... Ah... Sinto muito — disse o Sr. Weasley, baixando a mão e olhando por cima do ombro para a lareira destruída. — Foi minha culpa, mas não me ocorreu que não poderíamos sair por aqui. Mandei ligar a sua lareira à rede do Flu, entende, só por uma tarde, sabe, para podermos apanhar Harry. Rigorosamente falando, as lareiras dos trouxas não podem ser ligadas, mas tenho um contato útil na Comissão de Regulamentação do Flu e ele deu um jeitinho. Mas posso consertar tudo em um segundo, não se preocupe. Vou acender um fogo para mandar os garotos de volta, depois posso refazer sua lareira antes de desaparatar.
Harry podia apostar que os Dursley não tinham entendido uma única palavra. Continuavam a boquiabrir-se para o Sr. Weasley, aparvalhados. Tia Petúnia levantou-se com dificuldade e se escondeu atrás do marido.
— Olá, Harry! — cumprimentou o Sr. Weasley animado. — A mala está pronta?
— Está lá em cima — respondeu o garoto, retribuindo o sorriso.
— Vamos buscar — disse Fred na mesma hora. Piscando para Harry, ele e Jorge saíram da sala.
Sabiam onde era o quarto de Harry, porque tinham salvado o garoto uma vez no meio da noite. Harry suspeitou que Fred e Jorge estavam querendo dar uma espiada em Duda; tinham ouvido Harry falar muito do primo.
— Bom — disse o Sr. Weasley, agitando levemente os braços, enquanto tentava encontrar palavras para quebrar o silêncio mais que desagradável. — Uma bela... Hum... Bela casa vocês têm.
Como a sala habitualmente impecável estava agora coberta de poeira e caliça, o comentário não foi muito bem recebido pelos Dursley. O rosto do tio Válter ficou, mais uma vez, púrpura, e tia Petúnia recomeçou a mastigar a língua.
Porém eles pareciam demasiado apavorados para conseguir falar alguma coisa.
O Sr. Weasley olhou para todos os lados. Adorava tudo que dizia respeito aos trouxas. Harry via que ele estava doido de vontade de examinar a televisão e o videocassete.
— Eles funcionam com eletricidade, não é? — disse mostrando-se bem informado. — Ah, é, estou vendo as tomadas. Eu coleciono tomadas — acrescentou para o tio Válter. — E baterias. Tenho uma enorme coleção de baterias. Minha mulher acha que eu sou maluco, mas o que fazer?
Era visível que tio Válter também o achava maluco. Ele avançou um tantinho para a direita, escondendo tia Petúnia, como se achasse que o bruxo poderia de repente avançar e atacá-los.
Duda, de repente, reapareceu na sala. Harry ouviu o ruído metálico do malão descendo pelas escadas, e concluiu que o barulho havia afugentado Duda da cozinha.
O garoto vinha costeando a parede, olhando para o Sr. Weasley com terror nos olhos e, depois, tentou se esconder atrás da mãe e do pai. Infelizmente, o corpanzil do tio Válter, embora suficiente para esconder a ossuda tia Petúnia, não era bastante grande para esconder também o filho.
— Ah, e esse é o seu primo, não é, Harry? — perguntou o Sr. Weasley fazendo outra corajosa tentativa de iniciar uma conversa.
— É — confirmou Harry —, é o Duda.
Ele e Rony se entreolharam e desviaram depressa os olhos para longe; a tentação de cair na gargalhada era forte demais. Duda ainda segurava o bumbum como se tivesse medo de que ele se soltasse.
O Sr. Weasley, porém, parecia sinceramente preocupado com o comportamento estranho do garoto. De fato, pelo tom de voz com que falou a seguir, Harry teve certeza de que o Sr. Weasley achava que Duda era tão maluco quanto os Dursley achavam que ele era, só que o Sr. Weasley sentia piedade em vez de medo.
— Está gostando das férias, Duda? — perguntou bondosamente.
Duda choramingou. Harry viu as mãos do primo apertarem com mais força o bumbum maciço. Fred e Jorge voltaram à sala trazendo o malão escolar de Harry.
Eles olharam para os lados ao entrar e viram Duda. Seus rostos se abriram em sorrisos malvados idênticos.
— Ah, certo — disse o Sr. Weasley. — Melhor irmos andando, então.
Ele arregaçou as mangas das vestes e puxou a varinha. Harry viu os Dursley recuarem contra a parede, como se fossem uma pessoa só.
— Incêndio!— disse o bruxo, apontando a varinha para o buraco na parede.
As chamas irromperam na mesma hora na lareira, crepitando alegremente como se já estivessem acesas há horas. O Sr. Weasley tirou do bolso um saquinho fechado com cordões, desamarrou-o, tirou uma pitada do pó e jogou-o nas chamas, que viraram verde-esmeralda e rugiram com mais força do que antes.
— Pode ir, Fred — disse o Sr. Weasley.
— Estou indo — respondeu Fred. — Ah, não... Espera aí...
Um saquinho de balas caiu do bolso de Fred e o conteúdo se espalhou em todas as direções — grandes caramelos em embalagens muito coloridas.
Fred saiu catando os caramelos, guardando-os de volta no bolso, depois deu um adeusinho animado aos Dursley, adiantou-se e entrou direto nas chamas, dizendo "A Toca!". Tia Petúnia soltou uma exclamação trêmula. Ouviu-se um barulho de deslocamento de ar e Fred desapareceu.
— Agora você, Jorge — disse o Sr. Weasley. — Leve a mala.
Harry ajudou Jorge a carregar a mala até as chamas da lareira e virou-a de ponta para o gêmeo poder segurá-la melhor. Depois com um segundo deslocamento de ar, Jorge gritara "A Toca!" e desapareceu também.
— Rony, você é o próximo — disse o Sr. Weasley.
— Até outro dia — disse Rony animado para os Dursley. Deu um grande sorriso para Harry, entrou no fogo e gritou "A Toca!" e desapareceu.
Agora só faltavam Harry e o Sr. Weasley.
— Bom... Tchau então — disse Harry aos Dursley.
Os tios não disseram uma palavra. Harry adiantou-se para o fogo, mas na hora em que pisou na lareira, o Sr. Weasley esticou a mão e segurou-o. Encarou os Dursley surpreso.
— Harry disse tchau para vocês — falou ele. — Vocês não ouviram?
— Não faz mal — murmurou Harry para o Sr. Weasley. — Francamente, eu não me importo.
O Sr. Weasley não tirou a mão do ombro de Harry.
— Vocês não vão ver seu sobrinho até o próximo verão — disse ele a tio Válter, ligeiramente indignado. — Com certeza, vocês vão se despedir?
O rosto de tio Válter se contraiu furiosamente. A idéia de aprender a ter consideração com um homem que acabara de explodir metade da sua sala de estar parecia lhe causar intenso sofrimento.
Mas o Sr. Weasley ainda empunhava a varinha e o olhar do tio Válter correu até ela antes de dizer, muito ressentido:
— Então, tchau.
— Até outro dia — disse Harry enfiando um pé nas chamas que, aos seus sentidos, pareceram um hálito morno. Naquele momento, porém, um horrível ruído de alguém se engasgando ocorreu às costas dele e tia Petúnia começou a gritar.
Harry se virou. Duda não estava mais escondido atrás dos pais. Estava ajoelhado ao lado da mesinha de centro, e tossia e cuspia uma coisa de uns trinta centímetros, roxa e viscosa que saía de sua boca. Passado um segundo de aturdimento, Harry se deu conta de que aquela coisa de trinta centímetros era a língua de Duda — e que havia um papel de caramelo, vivamente colorido, caído no chão ao lado dele.
Tia Petúnia atirou-se ao chão ao lado do filho, agarrou a ponta da língua inchada e tentou arrancá-la da boca do garoto; como era de se esperar, Duda berrou e cuspiu pior do que antes, tentando resistir à mãe. Tio Válter urrava e agitava os braços, e o Sr. Weasley precisou gritar para ser ouvido.
— Não se preocupem, posso dar um jeito nisso! — gritou ele, avançando para Duda com a varinha estendida, mas tia Petúnia berrou mais do que antes e se atirou em cima de Duda, protegendo-o do Sr. Weasley.
— Não, estou falando sério! — disse o Sr. Weasley, desesperado. — É um processo simples, foi o caramelo, meu filho... Gosta de pregar peças, mas é apenas um Feitiço de Ingurgitamento, pelo menos, acho que é, por favor, posso consertar tudo...
Mas longe de se tranqüilizar, os Dursley foram tomados de um pânico ainda maior; tia Petúnia, soluçando histericamente, puxava a língua de Duda como se estivesse decidida a arrancá-la, o garoto parecia estar sufocando sob a pressão da língua e da mãe somadas e tio Válter, que se descontrolara completamente, agarrou uma estatueta de porcelana de cima do bufê e atirou-a contra o Sr. Weasley, que se abaixou, deixando o enfeite se espatifar na lareira escancarada.
— Ora francamente! — exclamou o Sr. Weasley, zangado, brandindo a varinha. — Estou tentando ajudar!
Urrando feito um hipopótamo ferido, tio Válter agarrou outro enfeite.
— Harry, vá! Vá logo! — gritou o Sr. Weasley, a varinha apontada para tio Válter. — Eu resolvo isso!
Harry não queria perder o espetáculo, mas o segundo enfeite atirado pelo tio errou por pouco a sua orelha esquerda e, pensando bem, ele achou preferível deixar o Sr. Weasley resolver a situação.
Entrou nas chamas, espiando por cima do ombro e disse "A Toca!"; seu último vislumbre da sala de estar foi o Sr. Weasley arrancando com a varinha um terceiro enfeite da mão do tio, tia Petúnia gritando agachada por cima de Duda e a língua do primo pendurada para fora como uma grande e viscosa jibóia.
Mas no momento seguinte, Harry começou a rodopiar em grande velocidade e a sala de estar dos Dursley desapareceu de vista numa erupção de chamas verde-esmeralda.

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